7 lições que podemos tirar do primeiro episódio do Masterchef Junior

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Fogaça cute-cute 100% do tempo, Paola encantada, Jacquin pinguim/bozo e Ana Paula super-mãe. Claro que não tinha outro motivo para essa reação não fosse os arco-íris vomitados do início ao fim do programa e as inúmeras lições que 20 crianças deram aos adultos na estreia do reality show culinário Master Chef Junior, que começou nesta terça-feira (20) na Band, às 22h30. Sem medo de errar, os “chefinhos” primeiramente mostraram que talento não tem idade: sambaram na nossa cara ao fazer pratos difíceis, cheios de técnica e criatividade.

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Vou resumir para então pontuar o que quero: foram três provas, a primeira para trabalhar com carnes, a segunda para trabalhar com massa fresca e a terceira para servir sobremesas aos jurados. Seis foram eliminados neste primeiro dia. Aproveito o momento também para falar que senti muita falta da Jiang, estava ansiosa pela aparição da chinesa mais querida do Brasil e tal. Aguardemos os próximos capítulos. #TeamCebora

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“Muito mais que uma competição, um espaço para aprender. Onde todos nós ganhamos uma experiência de vida”, disse Paola logo no início do programa. Talvez o feeling de mãe já a alertava para simples, mas importantes atitudes que os competidores mirins demonstraram na execução dos pratos e na convivência em grupo. Vamos lá:

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1. Sinceridade. Característica inerente de toda criança, ninguém mediu palavras para expressar empolgação, descrever o que estavam fazendo e não se inibiram com questionamentos ou comentários dos mais velhos. Demonstraram desespero quando a situação parecia não ter saída, mas também tranquilidade para focar no que poderia dar certo e driblar o que parecia ser uma dificuldade;

CRzVCvgUYAAZrOz2. Ousadia (e alegria tanãnãnã). Sem medo de errar, apostaram em pratos requintados, com ingredientes que já vi muita criança torcer o nariz para comer – que dirá cozinhar. Parecia não haver obstáculo enquanto houvesse criatividade para lidar com a situação;

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3. Autoconfiança. Decisões rápidas, foco e concentração para saber o que desenvolveriam a seguir. Montagem dos pratos feita com esmero e respostas precisas sobre o que estavam fazendo. Quando Jacquin disse “essa banana não está muito grande para a farofa?” e o pequeno cozinheiro rebateu, com resposta na ponta da língua: “é, eu quero ela mais rústica”. Se fosse no adulto, o questionamento, com certeza, faria o competidor mudar o rumo da prosa. No final, a escolha foi elogiada;

CRzsDwyWoAAs3Rl4. Saber reconhecer o erro. Esquecer ingredientes na correria, confundir rúcula com espinafre (eu confundiria fácil), falha em alguma etapa do processo: tudo justificado, sem medo de assumir que errou. E inúmeros pedidos de desculpas, apaziguados por uma acolhedora Paola dizendo que eles são novos e estão ali para aprender (e ensinar, com certeza ensinar);

f_b2adc4fa-7a45-492d-a403-2c1237f0e94c__X1A71165. Conhecimento. Não foi de um participante só que ouvi que ele tinha lido sobre determinada receita ou pesquisado sobre algum prato. Quando se gosta, o interesse se manifesta dessa forma, ampliando o universo sobre aquele assunto. Acompanhei a preguiça de competidores adultos com potencial deixado de lado pelo simples fato de limitar o conhecimento, enquanto as crianças demonstraram que valorizam a importância de sempre se atualizar. Saber nunca é demais.

f_9cc590ff-86aa-4fdb-a3cd-58fdce0ca7bd__X1A76516. Trabalho em equipe. Todos os pratos puderam ser servidos graças ao auxílio mútuo, tanto “profissionalmente” quanto emocionalmente. Se trata de uma competição? Sim, mas porque ferrar o coleguinha quando eu posso confiar no que estou fazendo e permitir que ele também faça o seu melhor? Coisa mais linda ver um ajudando o outro compartilhando ingredientes e energias positivas.

f_65a11380-1dd5-4689-a590-ca1bc8799a81__X1A77967. Companheirismo. Abraçar a causa. Tomar para si a dor do outro, lidar com perdas e consolar o amiguinho quando necessário. Compreensão de que todos ali eram iguais e que um deslize pontual não limita o poder de criação e de aprendizado. Todos são capazes de coisas incríveis. Não se pode tratar pessoas como máquinas de produção em série, mas seres passíveis de erros e acertos. E nas duas situações, é importante saber que se pode contar com quem está ao lado.

Quilling: a arte da paciência

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Há algum tempo eu queria falar do trabalho que a Alice faz. Conheci o artesanato dela depois que o jornalista Marcos Zanatta chegou na Secretaria de Comunicação, onde trabalho, falando de uma artesã que fazia peças com uma técnica muito minuciosa e que valia à pena ser conferida. Quando pude, ainda na Festa da Canção este ano, fui até lá e depois de me apaixonar pelo capricho dos itens, comprei um brinco e um marcador de páginas. A tal técnica chama-se quilling, também conhecida como filigrana em papel, originada entre os séculos 16 e 17.

FullSizeRender (3)Alice se deparou por acaso com o que hoje garante seu sustento, e motivada pela curiosidade quis aprender: quando morava no Japão, ao passear em uma das feiras de lá, viu as peças e se encantou. Pediu se a artesã autora do trabalho poderia lhe ensinar e foi a partir daí que começou. Quando chegou ao Brasil, em Maringá, há três anos, o irmão foi o primeiro a incentivar que os trabalhos fossem vendidos. Foram então apresentar as peças ao Roberto Perez, gerente de artesanato da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura, que também se encantou pelo trabalho, tão diferente. Estrearam então na Festa da Canção.

A cada feira, Alice aparece com uma novidade. Vai experimentando, investindo no que as pessoas pedem ou no que o feeling de artesã indica que poderá fazer sucesso – marcadores de livros de minions, por exemplo! Há muitas corujas feitas com a técnica também. “As pessoas aqui gostam muito de corujas, não sei por quê”, diz. Uma dessas ela demora cerca de duas horas para finalizar e então vem o processo de acabamento, com a colagem que leva um dia inteiro para secar.IMG_3718

Os papéis que ela utiliza são importados do Japão e recentemente ela descobriu no Rio de Janeiro um local que vende material com a qualidade semelhante: é preciso ter a textura e gramatura certa para que o trabalho seja feito com perfeição. O quilling pode ser resumido como a arte da paciência. Artesanato que requer delicadeza no manuseio e atenção aos detalhes. Da técnica surgem quadros, lembranças para quem visita Maringá com a Catedral feita em papel, chaveiros, certificados e diplomas personalizados, convites de casamento ou aniversário, cartões, penduricalhos para carro e tudo o que a imaginação e criatividade permitir.

A artesã é uma das 80 pessoas que têm uma barraca com suas peças expostas e à IMG_3719venda na 32ª Festa dos Estados e das Nações, que vai até domingo agora, dia 18, no Centro de Convivência Deputado Renato Celidônio em Maringá. Depois disso, seus trabalhos estarão na 2ª Festa Literária de Maringá, a Flim, que começa no dia 27 de outubro e vai até o dia 31 do mesmo mês. Fora da temporada de feiras, é possível encontrá-la no Facebook, na página Kawaii quilling, e fazer encomendas.

Projeto Tamar
Em um evento sem qualquer relação com o artesanato ou com o projeto Tamar a apresentação do trabalho aconteceu. O projeto Tamar é uma ação existente no litoral do Brasil há 35 anos que visa a preservação da vida marinha – foi pensando nisso que o irmão de Alice falou do que faziam em Maringá e o desafio de fazer uma tartaruga em quilling veio. Foram quatro meses de conversa para acertarem os moldes certos para trabalhar com o símbolo, que hoje é enviado para várias cidades do País – as últimas que receberam foram Florianópolis, Bahia e Vitória.FullSizeRender (4)