Os 25 estão chegando!

balloons-388973_1920Dizem que depois dos 18, a vida passa muito depressa. Ansiamos tanto em chegar a essa etapa para comprovar na pele se essa afirmação é, de fato, verdadeira, não é? Os anos vão passando de maneira apressada, realmente. Me peguei pensando esses tempos no meu primeiro ano de faculdade e todos aqueles anseios que me acompanhavam junto daquela bolsa a tira colo de menina onde eu carregava meu caderno de dez matérias e as canetas bem organizadas dentro de um estojo.

Eu usava um celular Nokia que não tinha grandes funções que não fossem mandar mensagem, tirar umas fotos borradas e fazer ligações. Meu primeiro gravador, como recém estudante de jornalismo, era um Panasonic de fita k7. Quando comprei o digital foi o máximo. Achei um grande feito quando conseguimos fazer um grupo no MSN para a turma se comunicar. Bom, hoje as pessoas caçam Pokemóns, mesclando real e virtual, e batalham para se livrar de tantos grupos de Whatsapp.

Acho que cheguei a fazer um texto quando completei 18… E então não quis mais falar sobre idade. Até chegar aqui. Muita água já correu debaixo da ponte, mas a sensação é que muito ainda falta para passar e eu me questiono o que eu poderia dizer em um texto sobre os 25. Logo eu, que sempre tive muita ansiedade diante dos acontecimentos, que me perdia em tudo o que queria fazer e me embananava para colocar em prática tantos bons planos. Tenho a impressão que não fiz muito até aqui, mas olhando atentamente, minha estrada até que é longa.

Confesso, não foi nada daquilo que eu esperava quando via alguém com 25 lá atrás. Encontrei muitas respostas para minhas indagações no meio do caminho, mas esbarrei em um número muito maior de dúvidas ainda não respondidas. Descobri que era mais fácil fazer amigos quando era adolescente e que, com o passar dos anos e o aumento nos afazeres, a vida nos afasta de muita gente. Manter contato e a célebre expressão “vamos marcar de se encontrar” são desafios frequentes.

Estou trocando, aos poucos, as festas de formatura por festas de casamento de amigos, aniversários de crianças e chás de bebê. Quando estou com medo, é com medo mesmo que vou em frente. Acordar ao meio-dia me parece uma realidade muito distante: aquela coisa de que quanto mais velho você fica, menos você dorme, me parece real agora. Mesmo quando chove e você está liberado para dormir até mais tarde. Dez anos atrás, esperava ansiosamente pelo fim de semana em que vararia as noites no computador e na internet. Hoje a última coisa que quero por perto é computador, smartphones e afins quando chego em casa do trabalho e aos fins de semana. Desintoxicação tecnológica é preciso.

Até aqui, percebo aos poucos o que realmente tem valido a pena. Os encontros com amigos são escassos, mas você percebe que as amizades que perduraram são as que realmente importam. Infelizmente, você tem mais colegas que amigos (antes também era assim, mas você estava ocupado demais fazendo mais colegas para se dar conta). Sua família vale mais que qualquer hora desperdiçada em discussões. Adquirir paciência é uma nota mental diária para as adversidades do dia a dia. A cautela também passa a te fazer companhia no lugar do impulso.

Parece um dramalhão e tanto esse peso e medida que estou fazendo, e então lembro de um conselho que meu pai sempre me dá: ainda há tempo de quebrar a cara, cair e começar de novo. As situações mudam depressa demais, difícil mesmo é acompanhar e entender que não estaremos sempre jogando na mesma posição. O foco agora aos 25 não é fazer por fazer: agora é fazer para dar certo.